Davi
é garoto comum... Esperto, inteligente, sagaz como qualquer menino de 12 anos...
Mas acima de tudo era confiante. Confiante em si mesmo.
Mas
Davi possui uma peculiaridade em relação aos demais meninos. Desde o dia em que
veio ao mundo, nunca pode ver a cor das flores, Nunca poder ver a beleza de um
sorriso, a cor do céu... Nunca pode ver. Nunca viu.
É
incrível como certas peculiaridades físicas de alguém, soam sofridas para os
alheios. Davi sempre sorriu com isso:
-
Mãe, a senhora vê as cores que estão ai. Eu vejo as cores que eu quiser! Diz
ele feliz para sua melhor amiga (sua Mãe), sobre a possibilidade de imaginar e
acreditar no que quiser. Cegueira nunca foi uma limitação pra Davi! Para ele,
isso era o total oposto. Ser cego era possuir uma visão sem limites! Um dia, ele
escutou algo vindo da sala. Era a televisão.
-
Mãe, é um briga?
- É
um filme amor, sobre a história de um lutador.
-
Como é mãe?
-
Ele é boxeador, ou seja, um praticante de Boxe, um esporte em que se usa os
punhos como instrumento para golpear, ou seja, socos meu filho...
Nesse
momento, Roberta, mãe de Davi não reparou que ele estava sentado em frente a
TV... a cena no filme era do personagem treinando boxe sozinho, ou como os
praticantes costumam dizer, “praticando sombra”, porém o mais impressionante
não foi isso. Davi, sentadinho em frente à televisão, movia o tronco esguio
para um lado e para o outro, em sincronia com os movimentos do personagem no
filme.
- O
que é isso filho?
-
Não quero que ele me bata mãe! Disse Davi sério e concentrado.
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